quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Enade 2009

Clique para ampliar.


Mais de 50 estudantes do curso de Comunicação Social da UFPR estiveram presentes no auditório do Decom, hoje, quinta-feira (05/11), para tomar uma decisão coletiva quanto à realização do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade). A determinação, tomada por meio de votação direta dos alunos presentes, foi favorável ao boicote. Ainda, estabeleceu-se um consenso unânime: a prova é ineficaz.

O que é o boicote, afinal?
A presença no domingo é obrigatória. Sendo assim, o boicote se constitui em assinar e deixar a prova em branco, colando o adesivo. O estudante só terá dificuldade para colar grau se deixar de comparecer ao local de prova.

A Assembléia dos alunos de Comunicação Social UFPR
O Cacos pede a colaboração dos alunos para que a ação no dia da prova seja coesa. A Assembléia foi realizada justamente para que todos tivessem voz e para que a decisão fosse tomada coletivamente, da forma mais democrática possível.

Como ficou claro em todas as falas – contrárias e favoráveis ao boicote –, para que em primeiro lugar se contemple o benefício do curso e dos alunos de Comunicação Social da UFPR, é de extrema importância a coerência das ações dos que farão a prova, ou seja, que todos boicotem o exame.

Caso os alunos tivessem optado por realizar a prova e alguns poucos boicotassem, o resultado seria prejudicado (todos seriam avaliados pela prova dos que fizeram). Como se optou pelo boicote, caso alguns realizem o exame, eles estarão prejudicando o resultado da mesma forma.

Levantou-se o argumento de que há relação entre o resultado do exame e o repasse de verbas públicas para o curso. Acredita-se que um curso com notas mais altas recebe mais dinheiro que outro com notas baixas. Todavia, o Ministério da Educação (MEC) faz uma diferenciação entre os dois tipos de notas baixas: boicote e falta de conhecimento. Portanto, o dinheiro não deixa de ser investido quando a nota é baixa em razão do boicote e, quando a nota é ruim, o Ministério intervém. Ele faz isso da seguinte forma: quando percebe que um curso, principalmente de uma instituição renomada, decide pelo boicote, ele se manifesta com o intuito de achar uma solução. Inclusive, seguindo o nosso boicote de 2006, o MEC entrou em contato avisando que uma comissão avaliadora compareceria à Floresta. Na época, isso não ocorreu. O boicote de 2009 é a oportunidade perfeita para o Cacos cobrar a visita.

Outro argumento diz respeito à credibilidade da instituição de ensino. Desse modo, a “moral” do curso seria proporcional ao desempenho na prova. Porém, uma conseqüência disso é que as faculdades particulares usam a nota do exame como panfleto, chegando ao cúmulo de realizar cursos preparatórios, escondendo suas deficiências por trás da nota. Entretanto, a UFPR e as outras universidades federais não precisam de tal publicidade, já que o seu financiamento é proveniente do Governo, e não será afetado de maneira decisiva pela nota do Enade – tampouco sua credibilidade. Por outro lado, as particulares precisam “comprovar” a qualidade do ensino para ter lucro por meio das mensalidades. Sob esse ponto de vista, não precisamos temer o exame.

Por fim, esclarecemos que o simples fato de realizar a prova, mesmo que se manifestando contra ela posteriormente, legitima o exame. Vale lembrar que o consenso foi de que o Enade constitui um método de avaliação muito pobre.

Portanto, por 30 a 23 votos, os alunos decidiram pelo boicote, e posteriormente, por se manifestar contra a prova. O boicote ao Enade é apenas um dos passos na construção de uma avaliação que não boicote a Educação.

Também foi decidido na assembléia que os motivos e o fato da realização do boicote serão amplamente divulgados e esclarecidos (internamente, externamente e por meio de press releases).

O que faremos depois do Enade?
Durante a reunião, surgiu a idéia de estruturar uma comissão composta por alunos, com o apoio da Coordenação, para revisar os pontos positivos e negativos do Curso em si. Deliberou-se que a comissão não deve necessariamente montar uma prova escrita – o que corresponderia a simplesmente aprimorar o método do Enade – mas sim, avaliar vários aspectos em relação ao curso: estrutura física, questões relacionadas ao corpo docente, ao plano pedagógico, entre outros. Essa avaliação será baseada no "Movimento Nacional pela Qualidade de Ensino em Comunicação", estruturado pela Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social (Enecos) na década de 1990. Obviamente, os conceitos do texto base serão revisados e atualizados para que sejam compatíveis com a realidade atual. Os alunos que se demonstraram voluntários a participar da comissão são os seguintes:
- Naiady Piva
- Vinícius Flores
- Vinícius Carvalho
- Luiza Barreto
- Caroline Bernardi
- Gustavo Schmidt
- Lívia Rotenberg
- Phillipe Trindade
- Dalane Santos
- Larissa Barbosa
- Luiza Lass
- Marina Zanetti
- Daniel Dipp
- Guilherme Glir
- Guilherme Sobota
- Patricia Herman

Todos os demais interessados podem (e devem) entrar em contato com o Cacos para também integrar a comissão.

6 comentários:

  1. O relato da assembléia contém um erro gravíssimo (erro, aliás muito freqüente do Cacos quando se trata de atribuiu uma fala a alguém). Que fique bem claro: a coordenção não tem nada com isso! Eu fui lá para deixar claro que essa decisão tem uma conseqüência muito grave, a qual não será respondida pelos alunos, mas pelo curso de Comunicação Social. E já que a decisão foi tomada, vou dizer: sou contra o boicote. Acho uma ação inócua, sem força política, imatura. Os efeitos serão sentidos por todos. Então, por favor, corrijam o texto e tirem meu nome de lá.
    Kelly Prudencio

    ResponderExcluir
  2. Peço que a professora especifique um caso no qual o Cacos tenha atribuído uma fala a alguém erroneamente.

    De qualquer forma, atendendo ao pedido, retiro a frase "(inclusive entre a Coordenação do Curso, representada pela professora Kelly Prudêncio)".

    ResponderExcluir
  3. Espero que todos tenham boicotado o ENADE, pois se um fez a prova este ou esta será o responsável pela nota do curso de Comunicação Social da UFPR!

    ResponderExcluir
  4. Concordo com a Kelly. Boicote, assim como voto nulo, não resolvem nada.

    ResponderExcluir
  5. Realmente, boicote por si só não resolve nada. Por isso que essa não será a unica ação tomada, começando com notas de imprensa e a comissão de avaliação citada no texto.

    Concordo com o primeiro anônimo. Independentemente do que pensa e com quem concorda, o aluno que não boicotar em 2009 estará prejudicando a si mesmo, ao curso e ao coletivo dos alunos.

    ResponderExcluir
  6. Sempre há um equívoco quando se direciona ao Departamento ou à Coordenação nos textos do jornal do Cacos. Não existe Coordenação do Decom e sim Coordenação do Curso de Comunicação Social e ao Decom o correto é Chefia do Departamento de Comunicação Social. Não fica claro o texto quando se refere à Coordenação e/ou ao Departamento. Corrijam isto também!

    ResponderExcluir