segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Mídia livre é discutida em festival de cultura

A democratização da comunicação é algo que sempre permeia as discussões sobre a mídia. No debate Mídia Livre: Experiências de Comunicação Compartilhada não poderia ser diferente. Parte da programação do Festival de Cultura do Paraná do ano de 2009, o evento, que aconteceu no dia 19 de novembro, teve a participação da arquiteta e cineasta Fabiane Balvedi, da especialista em comunicação comunitária Luciane Zue e da jornalista e publicitária Rachel Bragatto. O trio, junto a um pequeno público – cerca de dez pessoas –, discutiu sobre o tão falado tema e as possíveis soluções para a melhoria da atual conjuntura da comunicação.

“O debate teve como objetivo problematizar as questões relativas à produção e à veiculação de conteúdo”, diz Rachel Bragatto. “No Brasil, temos um oligopólio na comunicação, e nesse debate procuramos encontrar possibilidades frente a esse cenário”, afirma a jornalista. Uma das possibilidades apresentadas por Bragatto é a Internet, na qual o público, para a jornalista, torna-se criador de conteúdo. Fabiane Balvedi também vê uma solução na tecnologia digital: os softwares livres. São programas de computador que podem ser alterados pelos usuários, devido ao código aberto. E essa característica permite ao público utilizar de maneira plena um meio de comunicação – sendo assim um importante passo para a democratização da mídia, segundo a arquiteta. Outra possibilidade discutida pelas comunicadoras, e adotada pelo festival, foi a comunicação compartilhada, na qual pessoas fora da área envolvida com mídia produzem conteúdo a ser veiculado.

Entre os presentes no debate, a jornalista Camila Melo apoia esse tipo de produção midiática: “Acredito na comunicação compartilhada, livre. Por isso o debate a respeito das diferentes maneiras de se produzir Mídia Livre foi de grande reforço”, comenta. Também fala sobre o pequeno público do debate. “A baixa frequência no debate, acredito ser consequência da baixa importância e credibilidade que os estudantes, como cidadãos, agregam a divulgação fora da Mídia Tradicional. Faixas, panfletos e sites parecem, infelizmente até hoje, não transpassarem seriedade suficiente ao ponto de incentivar a participação popular”, conclui.

Apesar disso, Rachel mostra como os meios de comunicação são relevantes à população: “A luta pela democratização da mídia refere-se à busca de uma sociedade mais justa e mais solidária. E mais tolerante também, que saiba ouvir o outro, que se interesse pelo que este tem a dizer, que se solidarize com outras visões e não tente impor a própria".


“Este material foi produzido por Felipe Nascimento e Olívia Baldissera, do Núcleo de Comunicação e Educação Popular (NCEP) da UFPR, e faz parte da Comunicação Compartilhada do Festival de Cultura do Paraná. A iniciativa consiste no entendimento da comunicação como ação política e não apenas como canal de circulação de informações. Trata-se de um processo de interpretação da realidade desenvolvido colaborativamente em contraposição à lógica competitiva da mídia de massas. Para saber mais, acesse: http://cc.nosdarede.org.br

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